Ex-Paquita fala sobre livro polêmico das Paquitas

Reprodução / Facebook

Em 1995 foi publicado por João Henrique Schiller o polêmico livro "Sonho de Paquitas - Nos bastidores do Xou", obra que contava o dia a dia dos bastidores do grupo de Paquitas.

Muito se foi dito sobre esse livro, mas poucas Paquitas vieram a público expor sua versão.

Na página do Facebook "Paquitas Mitos e Lendas", na última segunda-feira, 30, a ex-Paquita Prsicilla Couto comentou sobre a obra do ex diretor dos programas da Xuxa. Confira na íntegra:

"Bem, muitos vão dizer que eu só respondo quando o assunto é polêmico, o que não é verdade, mas dentro dos meus princípios de vida, eu não posso permitir que as pessoas saiam falando inverdades ou que saiam distorcendo as coisas.

Sou uma pessoa pacífica, aberta ao diálogo e acessível a todos, mesmo optando por ser uma pessoa mais reservada. Tenho a verdade como um dos pilares essenciais da minha vida, mesmo que a verdade possa até me atingir de forma nefasta. 

Normalmente toda história tem três lados (o dada pessoa que te conta a versão dela, o da outra(s) pessoa(s) envolvida(s) e finalmente a verdade. Verdade essa que deve prevalecer SEMPRE e acredito que seja o que nos interessa aqui.

Então vamos esclarecer os fatos sobre o tão polêmico livro, que muitos fazem questão de divulgar como se fosse um Best Seller.

O livro foi escrito pelo autor João Henrique Schiller e publicado pela editora Art Printer, sendo vendido nas bancas de jornais, com um preço popular de R$9,99(esse foi o preço que eu paguei na época, quando comprei um exemplar).

O livro que não era livro e que se tornou livro (decisão do autor exclusivamente sem comunicar ninguém), era para ser uma peça de teatro, nos moldes da peça Confissões de Adolescente, onde contaríamos nossas histórias engraçadas, experiências da adolescência na maioria das vezes compartilhada e vivenciada entre nós, uma vez que vivíamos mais juntas do que com a nossa própria família e amigos. Claro, que iriamos contar algumas broncas, até porque todas as histórias seriam verdadeiras e a vida nem sempre são flores todo tempo.

Era um momento turbulento, onde a cada dia estávamos perdendo nosso espaço ao lado da Xuxa, já que infelizmente todo o grupo (todas nós), éramos alvos de pessoas que se sentiam muito incomodadas com o nosso sucesso, nossa evolução e crescimento. Era algo nítido e que fazia a gente se sentir muito mal, pois estávamos com sede de trabalho, de evolução profissional, e diante desse momento turbulento veio à ideia da peça, para que pudéssemos apresentar algo para Marlene e para Xuxa, que demonstrasse nosso crescimento profissional nosso interesse de trabalhar, de produzir algo, já que dedicação, disciplina, profissionalismo e entrega aos projetos eram sempre muito exigidos pela Marlene.

Queríamos surpreende-las com um projeto bacana, no qual elas iriam participar, pois a gestão da peça (captação de patrocínio, escolha da direção, figurino, toda equipe de produção) seria escolhida por elas, pois para um projeto na altura das Paquitas não poderia ser um projeto meia boca, com uma produção mambembe. 

Em nenhum momento, tivemos a intenção de fazermos algo que denegrisse a imagem de ninguém, até porque era a nossa imagem que estaria em destaque, mas infelizmente erramos sim, éramos imaturas de mais, inocentes, não colocamos maldades onde deveríamos e as pessoas se mostraram uma coisa e no fundo eram outras, e acabou tudo sendo interpretado da pior forma e chegou tudo distorcido aos ouvidos da Marlene e da Xuxa.

De fato, não sei se a decisão de trocar todo o grupo foi 100% por causa das nossas reuniões (que nunca teve a intenção de ser livro), já que a ideia de trocar o grupo todo sempre estava em voga quando estávamos de férias nos meses de janeiro e fevereiro....Claro, que a peça poderia virar livro, afinal tínhamos muitos fãs, éramos muito famosas e com certeza se a peça fosse sucesso, consequentemente poderia virar um livro sim.

Infelizmente ou felizmente, pois prefiro acreditar que nenhuma folha cai da árvore sem que Deus permita, o grupo todo saiu em abril de 1995, onde eu tinha apenas 17 anos.

Venho ressaltar que em abril de 1995, eu tinha 17 anos, pois nasci em 15 de dezembro de 1977, logo eu era menor de idade e minha representante legal até os meus 16 anos era minha mãe, e ao completar 17 anos passei ser assistida pela a mesma, uma vez que eu nunca fui emancipada, por tanto era quem respondia por mim de acordo com o Art. 3º e 4º do Código Civil Brasileiro –Art. 3º- São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil os menores de 16 (dezesseis) anos. 

Art. 4º – São incapazes, relativamente a certos atos, ou à maneira de os exercer:
I – os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos;

Então qualquer coisa que supostamente tivesse que ter minha assinatura, teria quer ter a assinatura da minha mãe, para que tivesse alguma validade legal.

Quero deixar bem claro, que nas nossas reuniões não tinha a presença de nossos responsáveis (o único responsável presente era o responsável dono da casa onde o encontro acontecia, não tendo um local fixo, pois cada reunião se dava na casa uma de nós) e gostaria muito de ver e saber que forma de ratificação que demos em manuscritos, se nunca tivemos acesso a nenhum texto, manuscrito ou algo do tipo.

Infelizmente, a ganância humana é destrutiva, algo que poderia ter sido um super sucesso, foi fadado a um projeto infeliz de proporção medíocre, que no fundo atingiu todos os envolvidos de forma negativa.

Se interessar pra vocês, eu li e já reli o livro algumas vezes, e o sentimento que eu classifico esse livro é de INFELICIDADE, conforme foram narradas todas as histórias, no qual existem, verdades, mentiras, verdades aumentadas e distorcidas, e histórias que não vivemos (provavelmente vividas por outras pessoas) e que foram adaptadas como se fossem nossas para dar mais veracidade as mesmas. 

(OBS: Nenhuma foto que ilustra o livro foi cedida por nós, sendo cedida por terceiros que provavelmente colaboraram com o livro).

O livro está aí para quem quiser fazer o download... Então façam, leiam e tirem suas próprias conclusões e não se esqueçam de separar o joio do trigo, conforme Mateus 13:24-30.

Algumas pessoas sempre me perguntam por que na época meus pais não ajuizaram uma ação na justiça... Não entraram por dois motivos; 1º- Tudo que eles queriam era me proteger de escândalos naquele momento que já era muito triste pra mim, pois aquilo que eu amava fazer, o que era a minha vida, tinha acabado assim de repente; 2º- Por não precisar e não querer ganhar nenhum tipo de dinheiro (indenização) em cima de tanta maldade, não seria um dinheiro bem vindo, e resolvemos entregar nas mãos de Deus... e ELE se encarregou de fazer justiça.

Espero ter me expressado de forma respeitosa com todos e que vocês tenham entendido tudo que eu escrevi.

Sem mais,
Priscilla Couto"

Se ficou curioso para ler o livro, ele esta para download no link a seguir: https://www.facebook.com/PaquitasMitoseLendas/photos/a.113454055411247.22766.103741246382528/1521262561297049/?type=3